quarta-feira, 26 de maio de 2010

Variações sobre o mesmo tema: sobre o sentir

Hoje, vendo "Mais Você" (tenho que aproveitar os dias em que posso acordar um pouquinho mais tarde...) me deparei com uma história belíssima registrada em livro: Sabor de Maboque, de Dulce Braga. A história gira em torno da guerra civil que ocorreu em Angola, em 1975-6, que forçou sua família a procurar refúgio em outro país, tem por título uma fruta angolana que a autora não encontrou no Brasil e da qual não pôde se esquecer.


Particularmente, eu sinto saudades de uma fruta muito mais comum, muito mais fácil de achar: o cupuaçu, que me remete diretamente à minha (curta) estadia em São Luís/MA. O calor das oites de maio, tão contrastante com o clima aqui do sudeste, as comidas típicas que fatalmente não encontraria por aqui, o tambor de crioula, que só quem viu sabe o que significa; tantas coisas, que ficaram registradas e acessáveis na memória de um sabor e textura tão singulares, que só provando para saber.
Esse foi um dos sabores que eu não pude, ainda, partilhar com minha avó. Desde pequeno, não importava para que festa de aniversário eu fosse, eu sempre pedia ao anfitrião um pedaço para levar para minha avó, ou mesmo alguns docinhos. Fatalmente, se eu não conseguisse um segundo pedaço, eu levava o meu mesmo, para comer com ela. Era como se, ao partilhar do pedaço, partilhasse também da felicidade que experienciara horas antes.
Atualmente, a distância e as circunstâncias me impedem de partilhar esses pedaços de felicidade com a minha avó com a frequência que gostaria. Mas o costume permanece enraizado em minha memória. Cada nova textura e sabor novos, desde que adocicados, me remetem imediatamente à companhia da minha avó.
Ontem eu estive em um aniversário. Raphael, um grande amigo e companheiro de república, celebrou as bodas de prata do seu corpo e sua alma. Bodas que eu completarei em outubro.
Mas eu não comi o bolo não... (viu vó?)
E, pesando um pouco essa ligação, paradoxalmente, eu descobri que é possível sentir saudade de algo que eu ainda não conheci. Embora as palavras não traduzam com precisão a sensação experieciada por mim, não é vontade, não é desejo, é saudade mesmo, sem risco de anacronismo.
Um exemplo: todos aqueles que lêem esse blog há algum tempo sabem que eu sou apaixonado pela Norah Jones (se não sabia, clique aqui...). Paixão que dispensa a pressa em obter todo o material produzido por ela - cada CD, cada foto, é uma nova descoberta, um fortalecimento do primeiro amor. Recentemente, descobri (através da Raila; ela me olhou com olhos esbugalhados - O.O -, enquanto dizia, sí-la-b-a-a-sí-la-ba: "você não sabia...") que a Norah Jones havia atuado em um filme. (Confesso que me senti, com essa cena, um verdadeiro herege musical... auf).
My Blueberry Nights. Um beijo roubado, aqui no Brasil.


Blueberry, mirtilo, aqui no Brasil (Vaccinium myrtillus), é uma fruta azulada (sim, eu juro que é, o nome não é à toa), de sabor adocicado ao ácido. Não, eu não comi ainda; li isso na Wikipédia. E não, também não vi o filme. (Olha a sensação de culpa batendo à porta de novo; mas eu não vou atender - eu já vi o trailer...).


Embora essa experiência esteja, de certa forma, num devir, quando eu provar a fruta e assistir o filme, a intimidade que sinto com a musicalidade da Norah e as lembranças doces de sabores que me remetem a 400 km de distância daqui, selarão um momentum único, que sei que vivenciarei, porque já o vivencio na expectativa.
Hora dessas conto como foi.
Nesse patchwork de lembranças e devires, despertados com a história da Dulce Braga, percebi o quanto as sensações e os sentimentos estão conectados para além do verbo sentir. É espiritual, como um três de Paus. 


Mas é síntese de cozinha, saudade, sabor, encontro do Outro há muito aspirado, Arte.

Abraços a todos. Até o próximo post.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Vídeo: Os Caras de Pau vão à Cartomante




Domingo assisti esse vídeo, no programa d'Os Caras de Pau. Até agora estou refletindo a respeito.
A abordagem do Enforcado e da Morte!...
Abraços.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Concorrendo ao Top Blog!



Olá pessoal! Recebi o convite e, caso achem esse blog digno do prêmio, por gentileza votem!
Abraços a todos.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Um recadinho sobre 2012, dado pela Astrologia para 2010

Olá pessoal. Tenho visto TANTAS conjecturas sobre 2012, que fico meio cansado. Entediado. Como se nosso mundo já não estivesse dando sinais suficientes do que precisamos fazer para mudarmos o atual paradigma, vemos uma data dando um caráter inexorável para os fatos. É muito fácil abstrair-se da responsabilidade, neste caso.
Todavia, dadas as previsões para este ano, estou surpreso com tamanha atividade da Mãe Terra. É sério. Isso sim, é preocupante.
Uma grande amiga minha, Silvia Theberge, me encaminhou o seguinte texto que, dadas as referências, me pareceu muito pertinente. Não sou perito em Astrologia, mas dadas as visões que tive com as minhas cartas, achei muito sincrônico.

"Como você já deve ter percebido, 2010 começou forte. Parece que a Natureza “ligou o turbo”. No consultório, voltei de um mês de férias e encontrei a maioria das pessoas vivendo uma aceleração radical em seus processos existenciais. Em português simples e claro: “o bicho tá pegando”.
E a Astrologia, esta velha senhora, o que tem a nos dizer nesse momento? Ela pode nos auxiliar de alguma forma a compreendermos e nos posicionarmos melhor em relação ao que está acontecendo, e ao que há de vir?
Do alto de seus 5.000 anos de idade, dona Astrô não se abala muito com pouca coisa. Já viu impérios outrora indestrutíveis virarem ruínas...
Já viu civilizações que antes ditavam as regras, virarem pontos turísticos... Viu demônios virarem santos, santos virarem demônios, metalúrgicos virarem presidentes, astros do rock virarem astrólogos, políticos outrora muito populares virarem Judas... Enfim... Ela já viu de tudo... E sabe que “a vida vem em ondas como o mar”... Vem e vai... Vai e vem...
Dona Astrô pode nos auxiliar muito num momento desses, em que a corda está esticando. Pode nos lembrar de que isto é um ciclo, e que os ciclos têm a sua natureza, necessidade e duração.
E que ciclo é esse?
Teremos em 2010, mais precisamente no final de Julho de 2010, um alinhamento que (felizmente) não acontece todo momento.
Urano, planeta regente do signo de Aquário, um dos três “deuses da mudança”, geralmente associado a processos de quebras e rupturas radicais em modelos vigentes, completa uma volta e chega ao primeiro grau de Áries, que é também o primeiro grau de todo o Zodíaco. Só isto, já é um acontecimento astrológico significativo, que marca um momento de renovação.
Junto a Urano, vem Júpiter, considerado pelos antigos, como o grande “benéfico” do Zodíaco, também está associado a avanços em paradigmas ideológicos.
No início de 1762, os dois astros estavam alinhados no primeiro decanato do signo de Áries. Este ano é marcado pelo início da guerra entre Espanha, maior potência naval da época, e a Inglaterra, que passaria a ser a nova potência maior. O grande império ibérico caminhava para o fim, e o nascente império anglo-saxão começava a despontar.
Em 1845, Urano e Júpiter encontraram- se mais uma vez nos primeiros graus de Áries. Naquele ano, o parlamento britânico promulgou a “Lei Aberdeen”, que foi um passo decisivo para a futura libertação dos escravos, evento que também, sem dúvida nenhuma, foi paradigmático para os padrões da época, e iniciou um novo ciclo para a humanidade, visto que teve um impacto profundo nas relações sociais e econômicas dali para frente.
Em Julho de 1927, novamente Urano e Júpiter chegavam aos primeiros graus de Áries. Aquele foi um ano marcado pela primeira travessia sem escalas do Atlântico, realizada por Charles Lindbergh em seu “Spirit of Saint Louis”. Evento que sem dúvida deixou o mundo muito “menor” do que era até então. Aquele ano também foi marcado por acontecimentos políticos radicais que tiveram importância capital nos desdobramentos futuros. Em Agosto, uma revolta do exército chinês dá origem ao que viria ser o “Exército Vermelho”, que teve papel fundamental na revolução que transformou a face e a história daquele antigo país, e está na base do peso que ele tem hoje no planeta. Naquele mesmo ano, Benito Mussolini promulga a “carta do trabalho”, que transforma a Itália em estado corporativo, e abre as portas para o Fascismo, e Josef Stálin, após expulsar León Trotsky, torna-se líder absoluto do PC e da URSS. Novamente, um mundo estava terminando, e outro estava começando.
Como podemos ver, este alinhamento marca o início de uma mudança radical. As pessoas estão fazendo barulho a respeito de 2012, mas na verdade, o mundo acaba mesmo, é em 2010. Pelo menos o mundo tal qual o conhecemos até aqui.
O céu de 2012 não apresenta nenhum aspecto astrológico radical. Nenhum que chegue próximo ao que teremos esse ano.
Se não bastasse o encontro de Júpiter e Urano em Áries, que como vimos, marca novos momentos político-ideológicos, temos ainda a posição de Saturno, senhor do tempo e das colheitas nos primeiros graus de Libra, fazendo uma “oposição” exata á conjunção Júpiter-Urano. E Saturno não está só. Com ele vem Marte, como todos sabem, o senhor da guerra.
Se isso tudo não bastasse, Plutão, outro “deus da mudança”, implacável e compulsivo, faz uma “quadratura” a esse povo todo, nos primeiros graus de Capricórnio, outros signo “Cardinal”. O céu está pesado. De todas as conjunções anteriores que eu citei, essa é, sem dúvida, a mais tensa e a mais radical. O velho e o novo estão cara-a-cara para um confronto que já se anuncia há uns três anos.  E agora não tem mais como “empurrar com a barriga”, “não tem mais pra onde correr”.
O que está vindo pela frente?
Quem tiver olhos, verá... Um velho mundo morrendo, e um outro, novo, nascendo... Todos já estamos sentindo a onda gigante de renovação que está chegando...
As mudanças acontecem em todos os níveis: no planeta, em nosso país, aqui no DF e também, como não poderia deixar de ser, em nossos lares, consciências e em nossas vidas. Todos gostam de mudanças planetárias, mas quase ninguém gosta quando elas começam a acontecer em nossas vidas, de verdade. Quase todos nós, conscientes disto ou não, admitamos isto ou não, somos apegados aos modelos e estilos de nossas vidas, por mais deficientes e causadores de sofrimento que eles sejam. Faz parte de nossa natureza. Somos todos, mais ou menos conservadores. Basta ver quando algo realmente novo chega a Terra, a reação contrária que causa, e a pouca adesão que conquista, num primeiro momento. O Cristianismo hoje é uma potência política e econômica, influindo em governos, movimentando bilhões e capitaneando guerras.
Mas no começo, se limitava a doze pessoas, e durante quinhentos anos, ser simpático a esta idéia era motivo bastante para mandar alguém ser almoço dos leões. Só que tem momentos, que é mudar ou mudar. E esse é um desses momentos.
Todo esse transtorno e esse “rebuliço” em nossas vidas são as mudanças chegando e batendo na porta dos nossos velhos estilos de vida, que se defendem como podem. Com unhas e dentes, como Saturno e Marte sinalizam.
Será que estamos dispostos a mudar? Será que sabemos o que precisamos mudar?
O Tsunami da transformação planetária está batendo na praia. Ou pegamos essa onda e vamos com força para frente, ou ela nos pega e quebra a espinha dorsal de nossas resistências. A hora de mudar é agora. Se a sua vida já está de pernas para o ar e você não está dando conta sozinho, procure ajuda. Um médico, padre, psicólogo, terapeuta, astrólogo, um amigo de verdade... Enfim, alguém que possa te ajudar a se enxergar, que nós não viemos equipados de fábrica com espelho retrovisor. Somos todos muito hábeis para enxergar cisco no olho do irmão, e cegos para ver a trave em nosso próprio olho... "