quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Você tem um Carro veloz?

Olá pessoal. Não sei se acontece com vocês, mas de quando em vez eu tenho sonhos com trilha sonora. É, eu sei que é estranho, e é mesmo; mas acordo como se tivesse dormido com o rádio ligado, e tem alguma música relacionada ao sonho da noite. Sonhei hoje com dois baralhos, um existe mesmo, o Francês de 32 cartas, magnífico, o outro não; vou procurar referências a sua elaboração em alguns livros que não estão em minha biblioteca pessoal. 
Mas, aproveitando a trilha sonora do sonho, que, sinceramente, me deixou pensando a respeito, segue uma interpretação iconográfica da mesma, como temos feito recentemente.


Fast Car



You got a fast car
I want a ticket to anywhere
Maybe we make a deal
Maybe together we can get somewhere


Anyplace is better
Starting from zero got nothing to lose
Maybe we'll make something
But me myself I got nothing to prove


You got a fast car
And I got a plan to get us out of here
I been working at the convenience store
Managed to save just a little bit of money
We won't have to drive too far
Just 'cross the border and into the city
You and I can both get jobs
And finally see what it means to be living


You see my old man's got a problem
He live with the bottle that's the way it is
He says his body's too old for working
I say his body's too young to look like his


My mama went off and left him
She wanted more from life than he could give
I said somebody's got to take care of him
So I quit school and that's what I did


You got a fast car
But is it fast enough so we can fly away
We gotta make a decision
We leave tonight or live and die this way


I remember we were driving driving in your car
The speed so fast I felt like I was drunk
City lights lay out before us
And your arm felt nice wrapped 'round my shoulder
And I had a feeling that I belonged
And I had a feeling I could be someone, be someone, be someone

You got a fast car
And we go cruising to entertain ourselves
You still ain't got a job
And I work in a market as a checkout girl
I know things will get better
You'll find work and I'll get promoted
We'll move out of the shelter
Buy a big house and live in the suburbs


I remember we were driving driving in your car
The speed so fast I felt like I was drunk
City lights lay out before us
And your arm felt nice wrapped 'round my shoulder
And I had a feeling that I belonged
And I had a feeling I could be someone, be someone, be someone


You got a fast car
And I got a job that pays all our bills
You stay out drinking late at the bar
See more of your friends than you do of your kids
I'd always hoped for better
Thought maybe together you and me would find it
I got no plans I ain't going nowhere
So take your fast car and keep on driving


You got a fast car
But is it fast enough so you can fly away
You gotta make a decision
You leave tonight or live and die this way

Abraços a todos. 

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Dia do Macarrão... e a Cartomancia: os Naipes


Olá pessoal. Não resisti. Já falamos aqui sobre massas, mais especificamente sobre o Gnocchi; uma receita cheia de magia e encantamento. Mas, hoje, Dia do Macarrão, não poderia passar em branco... A menos que fosse molho branco!


A comemoração foi criada em 1995, durante o I World Pasta Congress (Congresso Mundial de Macarrão), em Roma, e é celebrada em diversos países, incluindo, claro, o Brasil. Somos, inclusive, o terceiro mercado consumidor de macarrão no mundo, perdendo apenas para a Itália (alguém ficou surpreso?) e para os Estados Unidos. Segundo informações da Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias (Abima), quando a estatística considerada é a per capita, o Brasil caí para 13º lugar.
A versão mais aceita pelos historiadores faz referência aos árabes como os pais do macarrão. Eles teriam levado a iguaria à Sicilia no Século IX, quando conquistaram a maior ilha italiana. Os árabes chamavam o macarrão de itrjia, que era uma massa seca para melhor conservação nas longas travessias pelo deserto. Nesta época, a Sicilia tornou-se o centro mais importante do comércio e exportação de macarrão.
Na Itália, há basicamente dois tipos de pasta. Existe a pastsciutta (pasta enxuta), que é a massa seca, desidratada – como fusilli e o espaguete. As massas secas possuem grande versatilidade e universalidade, sendo também a massa que apresenta maior diversidade de tipos e formatos.

A ABIMA aponta outros atributos: praticidade, longo prazo de validade,  baixo custo (1 kg é suficiente para alimentar 10 pessoas), facilidade de manuseio (não requer condições especiais de estocagem) e preparo.


Existe também a pasta fresca, que inclui a lasanha, fettuccine e o caneloni. A massa fresca é feita com ovos e farinha de trigo, sendo elaboradas com semolina de trigo, a parte mais nobre do trigo, que deixa a massa muito mais leve, macia, mas também al dente.
Normalmente as massas frescas são produzidas através do processo de laminação. Em seguida passam por um processo de pasteurização ou de cozimento. A partir daí as massas são submetidas a um processo parcial de secagem para se retirar o excesso de água absorvida na fase anterior.
As massas frescas são em geral comercializadas sob refrigeração. Outra alternativa é a utilização de embalagens especiais contendo uma atmosfera de nitrogênio e gás carbônico, sendo esta submetida posteriormente a um processo de esterilização. A umidade máxima é de 35,0% (contra uma umidade máxima de 13% das massas secas). Este maior teor de água é que determina o período menor de validade, pois a maior umidade faz com que as mesmas fiquem sujeitas ao desenvolvimento de microorganismos.
Há muitas opções de massas frescas, com ou sem recheio, elas são muito usadas para fazer ravioli, cappeletti, tagliatelle e massa para lasanha.


Se fosse para eu dividir, eu iria pelas características dos elementos. Fresco lembra umidade, e os dois elementos que possuem umidade são o Ar (Úmido e Quente) e a Água (Úmido e Frio) - Espadas e Copas, respectivamente. Os elementos secos, portanto, são a Terra (Seco e Frio) e o Fogo (Seco e Quente). Ficamos então com as pastas frescas para os naipes de Espadas e Copas, e com as pastas secas para os naipes de Ouros e Paus. Pelo naipe, sugeriria os ragus como molhos para Paus, Os molhos brancos e sopas para Copas, os molhos frescos e saladas para Espadas e, para Ouros, molhos encorpados, com muitos ingredientes, como as lasanhas.


Como eu me identifico com o Príncipe de Paus (Ar + Fogo), eu me divirto com qualquer uma das possibilidades, massas frescas ou secas; amo o molho branco, que associo a Copas, mas não resisto a um ragu (Paus/Cavaleiros/Reis) ou salada de macarrão (Príncipe/Espadas). Não sei se encararia um molho de melancia, mas amo o molho de abóbora. Na verdade, massa é bom de qualquer jeito...
E você, com qual mais se identifica?
Abraços e bom apetite!

Fonte de consulta: ABIMA.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Aniversário. Prince of Persia. O Tarô Encantado.


Olá pessoal. Hoje eu estava querendo tirar o dia para mim, ficar tranquilo assistindo um filminho e tocando violão, quietinho que nem um gato. Quem disse?



Acabei de assistir Prince of Persia: The Sands of Time. Despertou uma pequena nostalgia. Como todos aqueles nascidos na década de '80, eu também conheço o primeiro jogo do Prince of Persia, aquele que tirou o sono de metade de nós (a outra metade desistiu no meio do caminho). 


Um personagem sem super poderes, sem grandes habilidades (saltava, corria, caminhava e combatia com espada) - muito longe do Prince of Persia atual! 




E o pior: eram só 120 minutos para terminar o jogo. E olhe lá! Mas tinha quem fizesse milagres: saca só esse cara, como consegue terminar o jogo:









De lá para cá, não tive muita oportunidade de jogar videogame (e, novamente, viva os emuladores - consegui chegar ao final desse jogo, depois de me viciar nele graças a esta postagem).



Não cheguei a jogar os jogos tridimensionais de Prince of Persia. Fui direto para o filme. E não me arrependi. A caracterização do Jake Gyllenhaal está perfeita, e ele conseguiu fugir ao estereótipo de "cowboy gay" que o seguiu como um epíteto desde Brokeback Mountain (site oficial).

Gyllenhaal interpreta Dastan (significa trickster em persa; trickster's são os deuses malandros, como Loki, Hermes, Mercúrio, Exu, a Raposa... Alguma referência no Arcano 0?), um menino de rua da Pérsia no século VI. Após mostrar coragem em um mercado, ele é adotado pelo rei como o seu herdeiro. Quinze anos depois, Dastan se junta à Sacerdotisa e Princesa Tamina para resgatar as Areias do Tempo, um presente dos deuses que controlam o tempo, das mãos do vilão nobre Nizam.
Como Conversas com uma Feiticeira tem sido meu livro de cabeceira, e a Lois Bourne fala muito sobre o Oriente, fui transportado a uma vivência extrínseca ao filme. E isso me lembrou que há um baralho magnífico para resenharmos aqui... Ainda que eu não o possua... ainda.

Taro Encantado O - Amy Zerner e Monte Farber

Este baralho possui referencial no Oriente, sendo composto por colagens de grande beleza. À cada carta foi associado um sonho (arquétipo), um despertar (significado divinatório) e um encantamento (a prática, um experimento psíquico) para acompanhar a vivência da lâmina. 


Do mesmo modo que os nossos sonhos, o tarô e as artes visuais têm o poder de nos guiar de um modo que, normalmente, transcende as diferenças de língua e civilização. A arte é um dos métodos básicos utilizados para efetuar uma "comunicação " com os povos e civilizações do passado, próximo e distante. Encontramos semelhanças notáveis de tema e mito que percorrem como fios o conjunto incrivelmente heterogêneo de obras de arte visionária (ou simbólica) de todos os povos que habitaram a terra. O psicólogo dr. Carl Jung (que também estudou o tarô) usou esse conceito como base da teoria do Inconsciente Coletivo, que seria um lugar onde residem todos os conhecimentos adquiridos e todas as emoções sentidas por todos no passado, no presente e no futuro, sempre disponíveis para todos e ligando-nos uns aos outros e com Tudo Que Existe (ou Deus, se você preferir). Todos nós também somos cidadãos do país dos sonhos, do mesmo modo que todos que vieram antes de nós.


Como não tenho o baralho, faço meu test drive com meu Marselha, até obtê-lo.


Em tempo (sem trocadilho): A cantora Alanis Morissette compôs I remain especialmente para esse filme; vê-se que ela inspirou-se na Sacerdotisa. Do filme, claro; mas com reflexos naquela que conhecemos como residente no Arcano II.



How crass you stand before me
With no blood to fuel your fame
How dare you wield such flittency
Without requisite shame
Your very existence becomes my sacred mission’s bane
You bow to kiss my hand and I ignore ignited flame
I moved to meet you
Untouched I do remain
To some it seems foreign
Why I would steely forge ahead
This land entrusted to me knows not of hallowed secrets
I’ll keep it to myself
My own advicement in my head
Your charm can not distract me
From the path I’m born to tread
How I’m thrilled to know you
Affected, I remain(ed?)
How I’ve learned to like you
Undeterred I do remain
Less daunting as team?
You unlikely king by my side
And me, so much better for trusting you
My hand over your heart
While you keep hindrances at bay
Color me surprised by how our union saves the day
How I’ve grown to need you
As my soul I just … faiths
How I love to know you
And how… I remain
I remain
I remain
I remain
I remain
I remain
Oh
Abraços a todos.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Dia do médico. As profissões e a Cartomancia


Olá pessoal. O Rei de Espadas tem realmente estado presente aqui no Conversas. Mesmo. Gostou do papo, por aqui ficou. E hoje, cá estamos para falar um pouco mais dele. 


Lendo uma postagem do Senhor da Vida, sobre o dia do Médico, que ele correlacionou ao Rei de Espadas, pensei sobre as profissões e a Cartomancia. 
Ainda que já tenham sido feitas, e possivelmente funcionem, não sou muito afeito a tabelas, já que as cartas combinadas são mais incisivas que as cartas em particular. Mas, pelo conteúdo da carta, é possível perceber potencialidades latentes no referido momento, tanto para oferecer subsídios para o reconhecimento de indivíduos concernentes à consulta, como também para oferecer caminhos de atuação ao consulente em si. 


O dia 18 de outubro é considerado o dia do médico em muitos países, como Brasil, Portugal, França, Espanha, Itália, Bélgica, Polônia, Inglaterra, Argentina, Canadá e Estados Unidos. Esta data foi escolhida por ser o dia consagrado a Lucas, o "amado médico", segundo o apóstolo Paulo. 
Lucas teria estudado medicina em Antioquia, além de ser pintor, músico e historiador; um dos mais intelectuais discípulos de Cristo. A tradição de ter Lucas como o patrono dos médicos se iniciou por volta do século XV.


Hoje, Dia do Médico, como o veríamos nas cartas? 
A área de cura é naturalmente ligada ao signo de Copas. O corpo físico ao de Ouros. Paralelamente, na Astrologia, o metabolismo é visto no eixo 06-12 - a casa 6 representando a saúde, casa natural de Virgem, e as doenças na Casa 12, Casa natural de Peixes. Claro que essas Casas são pontos de partida para análises dos aspectos com os demais pontos do mapa. Da mesma forma, na Cartomancia os naipes são pontos de referência. 
Mas, num caso pontual, utilizaria a carta correspondente a Peixes, o Valete de Copas, ou a carta correspondente à Virgem, o Valete de Ouros, para me aprofundar em uma questão relativa à saúde, vendo como as demais cartas que representam personagens na consulta interagem com essas duas.


No caso do Petit Lenormand, utilizaria as combinações de cartas referentes a 03 e 10, a primeira para ver o metabolismo, a segunda para ver intervenções médico-cirúrgicas.
Dentro do Tarot, a combinação dos elementos dos naipes supracitados (Agua e Terra, respectivamente) daria origem à Princesa de Copas e à Rainha de Ouros, que não são, essencialmente, ligadas à cura, mas talvez à nutrição e processos metabólicos em si. Indo um pouco mais fundo, utilizaria talvez o Príncipe de Espadas, por seu caráter incisivo (sobretudo nas cartas do Thoth Tarot) ou o Príncipe de Copas, que talvez esteja ainda mais ligado por seu aspecto dúbio veneno/antídoto.


E, partindo da percepção própria do Tarot, voltamos à Cartomancia. Sendo assim veria o Médico na combinação entre o Rei de Espadas e o Rei de Copas. Rei de Espadas porque frio e inflexível, quando é necessário manipular um bisturi com precisão; Rei de Copas porque sensível à necessidade de seus pacientes, no diagnóstico e no feedback. Inclusive, é nesse sentido que o vemos no Osho Zen Tarot.


Abraços a todos. 

sábado, 16 de outubro de 2010

Le Magicien, Tété

Olá pessoal. Mais uma recomendação dada por Lady Luck. Há muito tempo conheço o Tété, presente de um grande amigo, Romain; mas há muito eu também não ouço nada dele. Pura falta de inspiração. Mas hoje, casualmente como um guarda-chuva que vira numa lufada de vento, encontrei essa linda música, que partilho com vocês. 
Abraços a todos.





Je fais la pluie souvent
Le beau temps, parfois ça dépend
Du mood, de l'humeur du moment
Je ne choisis pas forcément
A défaut de vivre
A défaut d'aimer
A défaut de rire
A défaut d'aimer
Est-ce que ça m'ennuie?

Non ce n'est qu'un drôle de moment à passer
C'est juste une phase
Prestigitateur à mes heures
Je suis magicien comme garçon
Ainsi je change la pâte en pain
Et les chenilles en papillons.
Les œufs en poules, les veaux en bœufs
Les femmes en eau, les bois en sons
Le son en blé, le blé en pain, le chagrins en alexandrins.
A défaut de vivre
A défaut d'aimer
A défaut de rire
A défaut d'aimer
Est-ce que ça m'ennuie ?

Crois-tu que cela me nuise ? déjà cela s'amenuise
Non ce n'est qu'un drôle de moment à passer
C'est juste une phase.


Blogagem coletiva: Quem fala com você?


"Somos tarólogas e tarólogos. Quer dizer, só tarólogas? Definitivamente, não! Em nosso mundo existem pessoas que são muito sintonizadas com o Universo que nos cerca e que conseguem, através de diversas ferramentas compreender o andar da Natureza e aprender mais sobre si. São os oráculos e, com eles, a voz do divino. Assim, agora, queremos saber: Quem fala com você?"

Novamente, a convite da Pietra e da Luciana, estamos diante de um desafio. Sincronicamente, recebi o convite em uma postagem em que falava justamente sobre o Hierofante, a carta eleita para ilustrar a blogagem coletiva. No Housewives, o Hierofante é representado pelo rádio - intermediário entre o ouvinte e o mundo, num momento em que a internet não era nem um embrião de um sonho. Ou será que... deixa para lá.

A propósito, adorei o tema dessa postagem. Afinal de contas, quando penso em oráculos, penso, imediata e invariavelmente, em minhas cartas. São parte de mim e parte do que desejo que continue sendo parte de mim, partindo do pressuposto que nem sempre somos o que gostaríamos de ser. 
Contudo, no decorrer do meu treinamento e do meu desenvolvimento, me vi às voltas com outros oráculos também, e todos eles foram fundamentais para que hoje eu pudesse desenvolver o olhar que possuo sobre a própria prática da Cartomancia. 


Tentei as Runas. Não me adaptei à mitologia relacionada. E, talvez por falta de treino, não enxerguei com elas coisas que estavam debaixo do meu nariz. Ainda as utilizo, em rituais como símbolos e na divinação, mas apenas para mim. 


Tentei a Quiromancia. Foi engraçado, porque funcionava de forma absurdamente diferente da Cartomancia; era muito mais tátil que visual, era quase psicometria! Mas eu encontrei alguém cujo Caminho é este, e lhe repassei meu material. Ainda acho interessante conhecer, mas não profissionalizar. 


A bola de cristal foi mais interessante ainda (ou deveria dizer... engraçado?). Não tive paciência de esperar as Visões. O baralho é pá pum, embaralha sete vezes, corta três, reúne os montes, vira a de cima; pronto!


Vamos falar então do que eu amo... os baralhos!
Etimologicamente, "Cartomancia" é a advinhação (mancia) com as cartas de baralho. Isso nos abre um leque de possibilidades à luz do mercado editorial contemporâneo. Originalmente, o que diferenciava os baralhos era a interpretação artística, regionalizada, reflexo das mentalidades e costumes do período. É importante ressaltar que utilizo "reflexo" na acepção de Ernst Gombrich - uma ilusão visual (neste caso, comportamental) que gera um efeito mensurável. Temos essa possibilidade de mensura nos diversos baralhos que sobreviveram ao tempo e ao uso, entre Tarots e baralhos específicos para leitura de sorte ou para as mesas de jogo - senão para ambos.


Atualmente, temos tantos baralhos quanto é possivel imaginar. Promocionais, temáticos, turísticos, para coleção, adivinhatórios, divinatórios, terapêuticos, para meditação. Sendo assim, o que definiria um baralho, em síntese? Um grupo de imagens, reunidas de forma premeditada ou não - as imagens podem ser agrupadas de acordo com critérios que não são, a priori, "lógicos" -, que possuem dimensões passíveis de serem embaralhadas, homogêneas entre si. Não é possível um baralho de dimensões variadas, pois o conjunto não seria coeso em um leque. 


Os critérios para reunião das imagens das cartas em um baralho são, geralmente, temáticos: naipes, signos, formas, cores, títulos. No caso do Tarot, por exemplo, temos três características agregadoras: o nome/título, o número e os elementos afins, em alguns casos, formas, em outros, cores. Por exemplo: não importa o Tarot, sei que um Sete de Paus (nome) possuirá sete (quantidade/número) paus, varetas, cetros, clavas, bastões (forma). Além disso, poderíamos ter, como no Thoth Tarot, um título (Coragem), apontando para o conteúdo divinatório. como tradicionalmente os Paus são ligados ao elemento Fogo, encontraremos, na maior parte das vezes, amarelos, vermelhos e verdes em sua paleta de cores.


Além disso, saberemos que se tivermos mais ou menos Paus em uma carta, estaremos lidando com o mesmo conteúdo temático em uma outra esfera. E desta meditação começamos a interiorizar as possibilidades interpretativas de cada carta.


Os baralhos comuns são reunidos pelos signos (sinais) correspondentes a cada um dos quatro naipes. O Petit Lenormand, pelo número e pelo naipe correspondente. Falando nisso, o Petit Lenormand é um caso interessantíssimo, pois não há uma relação coesa entre os naipes e a numeração. E, no desenvolvimento de sua iconografia, aos poucos foi-se perdendo o referencial na cartomancia (aqui diretamente relacionada ao baralho comum) e apenas a numeração foi mantida. Temos aqui os baralhos de Katja Bastos e J. Dellamonica, que são, até onde eu sei, os mais conhecidos por aqui, no Brasil. 


Mas não só os temas desse blog que são temas para baralhos, não (e, de certa forma, vice-versa: nem todos os temas de baralhos são temas para este blog.). Já vi baralhos próprios para a divinação com as Runas. Baralhos que se relacionam com o jogo de búzios. Baralhos que se ligam ao I Ching. Baralhos ligados à Wicca. Baralhos ligados à Cabala, seja relacionado à letras hebraicas, seja ligado aos Anjos Cabalísticos. Baralhos ligados a pesquisas específicas, como o do Dr. Masaru Emoto, de Cristais de Água, e o de Neide Margonari, de Florais de Saint Germain; nem todos se prestam a divinação.
Os últimos certamente servem para a meditação e interiorização. Mas, o que dizer do baralho de Runas?
Fui atrás, de novo e outra vez, da Amanda Izidoro. Ela me disse que não há diferença na resposta do oráculo, ainda que o método seja diferente. E que, por vezes, o fato de ser um baralho facilita, e muito, a obtenção da resposta.
Eu, particularmente, não gosto. O ritual rúnico se adequa mais às pedras que às cartas, em minha modesta opinião. O mesmo diria do I Ching: acho que as moedas já foram uma revolução e tanto, em relação às 49 varetas originais. E funcionam, e são versáteis, e pronto. Eu ainda bato bolo com colher de pau, olhando torto para a batedeira... Embora já tenha atendido clientes com Tarots virtuais! Mas isso é outra história.
Acredito na experimentação das imbricações entre técnicas de um e significados de outro oráculo, mas, por serem justamente experimentações, nem sempre funcionam. E é isso que devemos ter em mente quando as utilizamos. Não é o oráculo que é complicado, é o método que é inadequado, mas só percebemos isso de maneira empírica. Mas, na falta do método original que considero sempre mais adequado (acho que ninguém aqui vai deixar de jogar runas se as runas não forem de pedra ou osso), o oráculo funcionará perfeitamente como deve ser. 

Concluindo e respondendo a pergunta que motiva essa postagem, quem fala comigo é o baralho. Em suas múltiplas e caleidoscópicas apresentações, ele fala. Até mesmo quando eu não gosto da roupagem que veste, ele fala. Até mesmo quando não gosto do seu sotaque, ele fala.
Que bom que a gente conversa.

Referências bibliográficas:
GOMBRICH, E. H. Arte e ilusão: um estudo da psicologia da representação pictórica. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Ciclo de Palestras Alternativas de Três Corações - Tarô: Oráculo e Terapia



Olá pessoal. Conforme disse em uma postagem anterior, em breve ministrarei uma palestra sobre Tarot na Casa da Cultura de Três Corações. Segue abaixo a programação.
Abraços a todos.


CASA DA CULTURA PROMOVE 13º CICLO DE PALESTRAS ALTERNATIVAS

Realizado pela primeira vez no ano de 1993, o “Ciclo de Palestras Alternativas” da Casa da Cultura Godofredo Rangel chega a sua 13ª edição e acontece no período de 8 a 11 do mês de Novembro. Criado com o objetivo de oferecer um canal para o despertar da  consciência interior, através de palestras que ofereçam uma  visão, percepção e integração da Vida e do Universo, o ciclo apresenta  inspiração para temas de cunho esotérico, alternativo e espiritualista, de caráter não-sectário,  sem nenhuma ligação com  qualquer instituição, seita, religião ou ideologia, servindo como um canal para uma melhor visão do Universo.

PROGRAMAÇÃO

08 de novembro 19h30
Abertura: Dança Circular
Bianca Bertamini Gomes
Tarô: Oráculo e Terapia
Emanuel José dos Santos

09 de novembro 19h30
Terapia Ortomolecular
Regina Patto

10 de novembro 19h30
Cristais – Esses nossos amigos
Silvia Theberge

11 de novembro 19h30
Yoga
Janaina Müller
Cosméticos orgânicos e naturais e a vida moderna
Fabiana P. Bossi

Dia do Professor... e a Cartomancia.

Olá pessoal. Recebi esse texto de um amigo e companheiro de graduação, o Jeff Mercadante. Compartilho com vocês como uma homenagem a todos aqueles que são professores e educadores, e aproveito para conversar um pouco sobre a profissão que hoje homenageamos.



AMIGO PROFESSOR,

Os inúmeros diários para se corrigir,
As críticas, as noites mal dormidas...
Tudo isso não foi o suficiente
Para te fazer desistir do teu maior sonho:
Tornar possíveis os sonhos do mundo.
Que bom que esta tua vocação
Tem despertado a vocação de muitos.
Parece injusto desejar-te um feliz dia dos professores,
Quando em seu dia-a-dia
Tantas dificuldades acontecem.
A rotina é dura, mas você ainda persiste.
Teu mundo é alegre, pois você
Consegue olhar os olhos de todos os outros
E fazê-los felizes também.
Você é feliz, pois na tua matemática de vida,
Dividir é sempre a melhor solução.
Você é grande e nobre, pois o seu ofício árduo lapida
O teu coração a cada dia,
Dando-te tanto prazer em ensinar.
Homenagens, frases poéticas,
Certamente farão parte do seu dia a dia,
E quero de forma especial, relembrar
A pessoa maravilhosa que você é
E a importância daquilo do seu ofício.
É por isto que você merece esta homenagem
Hoje e sempre, por aquilo que você é
E por aquilo que você faz.
Felicidades !!!





São Paulo, 1947. Endereço: uma pequena escola no número 1520 da Rua Augusta, onde existia o Ginásio Caetano de Campos, conhecido como “Caetaninho”. O longo período letivo do segundo semestre ia de 01 de junho a 15 de dezembro, com apenas 10 dias de férias em todo este período. Quatro professores tiveram a idéia de se organizar um dia de parada para se evitar a estafa – e também de congraçamento e análise de rumos para o restante do ano. O professor Salomão Becker sugeriu - inspirado por uma lembrança de sua infância - que o encontro se desse no dia de 15 de outubro e que fosse chamado 'Dia do Professor'. A celebração, que se mostrou um sucesso, espalhou-se pela cidade e pelo país nos anos seguintes, até ser oficializada nacionalmente como feriado escolar pelo Decreto Federal 52.682, de 14 de outubro de 1963. Em seu Art.3, definia-se a essência e razão do feriado: "Para comemorar condignamente o Dia do Professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e as famílias".

No Tarot, o professor é o Arcano V - O Papa. No Tarot dos Santos, de Robert M Place, a representação escolhida é São Pedro, o primeiro Papa. E o autor aconselha: observe o que ele está olhando.

Como Pontífice, o Papa é construtor de pontes... Entre o Incogniscível e o Cogniscível. Nesse sentido, gosto muito dessa imagem do Cosmic Tarot: O que o Papa vê, não é visto pelos outros, mas traduzido por ele, à luz de sua experiência. Ele transcende o losango, como quem observa uma luneta... ou caleidoscópio.


Como Hierofante, intermediário entre o Céu e a Terra. 


No 1JJ, ao invés de um Sacerdote, temos o próprio Zeus Pater como representante do Quinto Arcano.


 Esse intermédio se faz na Árvore da Vida Cabalística no 16º Caminho, entre as Sephiroth Chokmah e Chesed, entre a Sabedoria e a Compaixão.


O Hierofante garante que o que está oculto seja revelado de forma palatável ao aluno (a-luminus, sem luz).


Um baralho que oferece uma perspectiva diferenciada é o Tarot Zen, de Osho. Neste, a carta correspondente é o Mestre, que, em minha opinião, não precisava ter sido criada. Ainda consigo ver Osho como o Hierofante... 


Mas, como Arcano V, Ma Deva Padma nos oferece a Não-Materialidade.


No Baralho Cigano/Petit Lenormand, a combinação que ofereceria essa possibilidade, ao meu ver, seria 29+26+27. Aqui, a comunicação própria do 05 corresponderia até mesmo a um desenrolar da profissão. Contudo, como a carta 26 representa tanto o trabalho quanto o estudo, é necessário confirmar os aspectos.

Particularmente, confirmaria utilizando as cartas comuns associadas às imagens, pois, no baralho comum, o professor seria possivelmente relacionado ao Rei de Espadas, o Acadêmico. Como com o Petit Lenormand, é importante perceber se as cartas que o ladeiam indicam profissão ou acontecimento.


Abraços a todos.