segunda-feira, 25 de julho de 2016

Castelos de areia.



(...) ela se lembrou de quando tinha 4 anos e estava na praia, chorando porque o vento tinha vindo e desfeito o castelo que tinha construído. A mãe tinha dito que poderia fazer outro se ela quisesse, mas isso não impediu que chorasse, pois o que ela acreditava que era permanente não era permanente afinal, apenas feito de areia que desaparecia com a força do vento ou da água.

Clary | Cidade das Cinzas, Cassandra Clare.

sábado, 9 de julho de 2016

O baralho de Dona Maria Mulambo agora tem livro!


Olá pessoal. Eu acompanho o trabalho de Sonia Boechat Salema com muito carinho. Ela é uma pessoa criteriosa no que faz e devota ao seu povo como poucas vezes vi na vida. Dotada de uma sensibilidade ímpar, conversar com ela é certeza de querer conversar de novo. 
Ela sabe o que faz. 


Já há algum tempo, recebi meu baralho de Dona Maria Mulambo, a guardiã da Sonia, sua parceira de magia. É um baralho magnífico. É um dos baralhos das Senhoras. E é um desafio fascinante. A Karla Souza, autora do Esmeralda Lenormand e responsável pelo Falando Lenormandês, escreveu um artigo sobre ele também.
Agora, contamos com o companion escrito pela Sonia! São 312 páginas de teoria e prática não apenas de leitura cartomântica, como de rituais associados à Dona Maria Mulambo. 
Os Exus e Pombogiras são espíritos muito cultuados pelos devotos das religiões afrobrasileiras, mas sofrem de uma má interpretação pelos leigos. Associados ao mal - numa perspectiva maniqueísta rasa - são melhor entendidos quando apresentados por alguém que sabe o que está fazendo e do que está falando. Com a delicadeza que lhe é própria e a autoridade que lhe cabe, Sonia abre o livro explicando didaticamente sobre a natureza de tais entidades para aqueles que, como eu, não os conhecem o suficiente. 
Em seguida, apresenta cada uma das trinta e seis cartas, pormenorizadamente, conforme seu comportamento no jogo - da mensagem como carta do dia, à aplicação em áreas distintas e no posicionamento no Grande Jogo (semelhante à Mesa Real, mas com peculiaridades próprias do sistema).


Na terceira parte, fala sobre a consagração e sobre a mística do baralho. Ainda que não seja fundamental - baralho funciona se o cartomante funciona - esse é um baralho especial, ligado a uma egrégora específica e que atrai pessoas afinadas com ela. Sendo assim, acho pertinente que o baralho seja consagrado, não apenas por tornar-se um instrumento oracular, mas porque é um laço com alguém querido - estamos adentrando a seara de Dona Maria Mulambo, é no mínimo gentil que a agrademos para selar a amizade. 


Na quarta parte, fala sobre a prática, sobre os jogos mais adequados conforme a sua experiência na construção do oráculo e sobre a construção do diário de jogos. Embora o baralho aceite bem qualquer jogo que proponhamos, minha tendência é sempre acompanhar o raciocínio do autor, e, sendo a Sonia, eu acompanho tranquilo.
Na quinta parte, a mística, os rituais, mirongas, mandingas, conjuros e encantamentos de Dona Maria Mulambo. Para aqueles que, como eu, não se contentam em ler, sem viver o lido. 



Tudo o que eu disser aqui é pouco. Esse é um baralho para ser vivenciado, sendo ou não da religião afro. Vale o desafio, vale o encontro, vale o conjuro.


Para adquiri-lo, entre em contato com Sonia Boechat Salema na Tzara da Estrela - blog e página no Facebook.